sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Cabo Godofredo

O ano de 1984 foi, para mim, “o ano”. Casei-me em setembro com a dona do Geleca, a princesa de Teresina, a minha eterna cajuína: Josélia. Em agosto desse mesmo ano, participei pela última vez de um festival de música. Era uma sensação estranha, pois em todos os outros festivais eu não era eu, era a Bandanarquia. Agora, já sem a banda, encarei o palco sozinho, banquinho e violão. Os amigos estavam lá, na platéia, torcendo por mim e tomando algumas, só para variar. Havia composto um samba para um grande amigo, o Elídio. Trabalhávamos juntos e pude admirar a figura daquele mineiro fantástico, cruzeirense de coração grande. O Elídio tinha origem muito humilde, foi engraxate, vendeu frutas na rua, comeu o pão... deixa o diabo pra lá. Apesar dessa história de vida, era um cara generoso a não poder, dividia o seu carnê alimentação com as copeiras, o pessoal da faxina, os ascensoristas. Sempre o primeiro a assinar lista de doações para todas as causas. Era muito magro e mal vestido. Na época do frio, usava uma jaqueta da aeronáutica para ir ao trabalho, pois não tinha um casaco decente. Tornou-se o personagem da canção que ganhou o festival de música economiária de 1984. Elídio faleceu há alguns anos, seu corpo foi exposto em jornais populares, virou manchete, assassinaram-no na porta do IESB. Um marido ciumento matou o professor, matou o meu Godofredo Silva. Saudade é foda, mano! Por favor relevem a qualidade caseira da gravação.

A pequena história do cabo Godofredo Silva (Léo)
Copie e cole no seu navegador:
http://www.youtube.com/watch?v=0pjh7HdtYJs

3 comentários:

  1. achei excelente a iniciativa de ligar cronicas da sua historia com essas musicas. muitas que nunca nem tinha escutado. me orgulho demais. e essa do godofredo silva 'e uma das suas que eu mais gosto, mesmo com esse final que d'a um aperto no coracao.

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  2. ah, vou deixar algumas dicas: My heart will go one, Um anjo do ceu, Noite traicoeira, I'll fly with you...

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  3. José Adalberto Meuren1 de maio de 2010 às 11:11

    Quando criei o Adalba´s Quae gravei esta música. Ela virou um reggae e contava com um maravilhoso solo de sax by sergio galvão. A música até tocou no rádio. essa é prá tocar no rádio...

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