O pior de estar vivo não é propriamente viver, nem saber que a morte nos espera. Creio que o pior mesmo é perder amigos nesse caminho sobre a terra. Sou um felizardo, pois meus companheiros de velhas quebradas ainda estão fazendo sombra sobre o mundo, respirando, produzindo, movimentando-se cada um em suas possibilidades. Mas há perdas e, mesmo a gente superando essas pequenas tragédias, fica sempre a lembrança daquele que cruzou o seu caminho. Lembro do Lereno, um gordinho animado que habitava a 412 sul e estava sempre com a gente pedindo pra tocar tal e tal canção. Era um sujeito alegre e prestativo, conheci-o por pouco tempo. Aparecia sempre empolgado quando nos reuníamos para ensaiar para algum festival ou simplesmente tocar, tocar, tocar. Um dia chegou a notícia que o Lereno morrera, assim, simples assim: O Lereno morreu. Talvez no rádio tocasse essa canção e a maré da vida lentamente nos cobrisse.
Nuvem passageira (Hermes Aquino)
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http://www.youtube.com/watch?v=PtOXZkaduvY
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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