quinta-feira, 29 de abril de 2010

Verão azulzinho

No verão de 1983 eu estava em João Pessoa. No último dia das férias, saí cedo para Tambaú, pois meu vôo estava marcado para as 13 horas e ainda dava pra pegar uma praia. Caminhava pela areia quando escuto meu nome. Primeiro pensei que era fruto de insolação, depois percebi que era mesmo o Bruno, o Paulão e o Paulo Goiano, no calçadão, acenando pra mim. Vinham de Brasília, de carro, parando de cidade em cidade do nordeste e foram me encontrar em João Pessoa. Disse-lhes que ia embora a tarde e precisava voltar em casa de meus tios para pegar malas, tomar um banho, etc. Insistiram tanto para que tomássemos pelo menos um Chopp, vamos comemorar o nosso encontro, disseram, e eu não resisti. Quando percebi, a conta na mesa ostentava no mínimo uns 20 copos de chopp, era perto do meio dia, e meu tio desesperado com a possível perda do avião foi me resgatar no bar. A idéia do Paulão era embebedar-me para que perdesse mesmo o vôo e pudesse ficar com eles, curtindo as férias. Cheguei no aeroporto em cima da hora, bêbado, suado. Meu tio com cara de poucos amigos e meus amigos com a cara de quem se vê frustrado. Dentro do avião, olhando o céu ensolarado da Paraíba, lembro ainda da voz da Gal cantando Djavan e eu pensando na Josélia: Corre e vai dizer pro meu benzinho, hum, dizer assim que o amor é azulzinho.

Azul (Gal Costa)
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http://www.youtube.com/watch?v=LnbpBsw8DLE

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