quinta-feira, 29 de abril de 2010

O poeta da ave branca

O Cacá é poeta. Poetaço. Milita com cultura na Tribo das Artes, mas antes de ser o militante das letras, Cacá foi meu amigo na Escola Industrial de Taguatinga nos idos 1970 e rapadura. Namoramos a mesma namorada, em momentos diferentes, é claro, afinal de contas não éramos tão moderninhos assim. Quando fiz 18 anos, aprontei uma festa para celebrar a data. A galera veio em peso, uma festinha com luz negra, luzes coloridas, o fundo de lá de casa parecia uma boate. O Cacá apareceu com um presente que nunca me esqueci. Aprendiz de alfaiate, a profissão do pai, ele mesmo fizera uma calça para mim, a partir de uma calça que minha mãe, na encolha, havia lhe cedido como medida para esse fim. Usei essa roupa até que ela virasse punk, esgarçada, rasgada. Cacá, além de poeta, é uma figura inesquecível na minha vidazinha chata. Essa música lembra bem quando, adolescentes, nos corredores da EIT, a gente aprendia a tocá-la, cantando com uma alegria besta de quem ainda não tinha carnês de prestação a pagar. Bons tempos. Evoé, Cacá!

Canto do povo de um lugar (Caetano Veloso)
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http://www.youtube.com/watch?v=U7n26lWsJsI

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