sexta-feira, 30 de abril de 2010

Quanto vale um vate

Como um clássico super-herói da Marvel, o Zé tinha dupla personalidade. Durante o dia, trabalhava numa companhia de seguros e a noite, depois do expediente nem tão suado assim, se transformava no músico/poeta/boêmio daqueles 1980 e lá vai pedrada. O emprego como securitário lhe permitia comprar muitos estimulantes e abusar um pouco dos recursos da seguradora. Explico: certo dia, ao ler o “Sangue e batatinhas”, um poema meu a maneira de Oswald de Andrade, que havia participado de um sarau de poesias na UDF, ele teve a brilhante idéia de produzirmos, eu e ele, um pequeno livro de poesias a ser xerocopiado e vendido pela cidade. O livrinho, pelo qual lamento a perda de todos os exemplares, intitulou-se “Condição de existência”. O Zè teve todo o trabalho gráfico de copiar, cortar, grampear, colar. Fizemos uns cinqüenta exemplares. Vendemos quase todos os livrinhos para a platéia que estava no Concerto Cabeças. No palco, que não era bem um palco, o Liga Tripa soprava labaredas.

Labareda (Liga Tripa)
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http://www.youtube.com/watch?v=d5LtotjXfcg

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